Andar Andar

 Bem-vindo. Bem-vinda. É um prazer recebê-lo(a) aqui!

 

Era uma vez um viajante cuja casa era o mundo. Curioso, algo sem raízes e fascinado pela diversidade do planeta, ele havia notado, sem saber ao certo quando, que ao partir sempre voltava diferente. Transformado. Possivelmente melhor do que quando foi.

Andarilho perdido, mas achado (Budapeste, Hungria, 2014)
Andarilho perdido, mas achado (Budapeste, Hungria, 2014)

A diversidade o fazia refletir, por meio do olhar dos outros, quem era e pretendia ser. Jornalista, adepto da força da palavra, meio (de)organizado, começou a escrever sobre o poder transformador das viagens em 2004, quando aos 21 anos deixou o pedaço de terra onde havia nascido para morar “fora” pela primeira vez. No México, fortuitamente, começou a escrever diários de viagem com periodicidade e temática indefinidas. A sua mãe, claro, dizia que seus textos deixariam Marco Polo –conhecido como o melhor contador de histórias de viagem da humanidade– orgulhoso em sua catacumba veneziana.

felicidade com passaporte na mão é uma boa pista sobre a inspiração do filho
Mãe do blogueiro: felicidade com passaporte na mão é uma boa pista sobre a inspiração do filho (foto: Brasília, 2012)

Doze anos depois dos seus primeiros escritos viajeiros, o pretenso pupilo de Polo voltou à ação. A matriarca teve grandíssima influência para que o andarilho, a essa altura depois de visitar mais de 40 países, criasse um espaço no infinito mundo da internet e pudesse compartilhar suas histórias. A proposta, desde o princípio era clara: inspirar e tornar mais fácil o encontro do maior número de pessoas com o mundo. Era o começo do blog.

O primeiro desafio, antes mesmo de convencer alguém a ler o que ele tinha dizer, era criar um nome que expressasse a alma do novo blogueiro, fugisse do lugar comum e encontrasse um espaço disponível na rede, www.quenomebotar.com.br.

Viajar, inspirar, aventura, destino, dicas, mundo, estrada… e muitos sinônimos vieram à mente, mas…

…mas num momento inesperado, pautado por uma banalidade qualquer, “eureka”! “Por que não Andar Andar?”, disse a incentivadora da empreitada , a mãe do escriba. Melhor impossível, ele pensou.

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fotos: andanças pelo mundo com a maior incentidora deste blog

Andar Andar traduzia precisamente alguns atributos que eu procurava para o nome do blog: 1- era inspirador, 2- era abstrato e poético, 3- remetia a movimento, a um ato sem fim, que é viajar.

Mas Andar Andar era ainda mais: o nome de uma música do cantor Alceu Valença, de quem sou fã incondicional. Por meio de suas letras, Alceu para mim representa magistralmente o papel de andarilho, mesmo que eu nem saiba se viajar seja um dos seus maiores prazeres.

Alceu Valença: cangaceiro universal (foto: arquivo Alceu Valença)
Alceu Valença: cangaceiro universal (foto: arquivo Alceu Valença)

Nascido no interior de Pernambuco, Alceu conseguiu abstrair –parte do encanto de viajar– e sair pelo mundo por meio de sua música. Do local ao universal, ou do forró ao rock, do repente ao jazz, do frevo ao folk: ouça o “Maluco Beleza” e dê uma volta ao planeta sem sair de casa.

Minhas homenagens a esse gênio da MPB por contribuir com meu sentimento andarilho, do qual quero compartilhar com você e a minha querida mãe pela sugestão do nome deste pretensioso blog. Espero ajudá-lo(a) a Andar Andar.

Nao conhece Alceu Valença e curtiu a música? Sugiro assistir a esta coluna do jornalista Nelson Motta. Veiculada no Jornal da Globo em 2014, conta bem a história do artista que àquela altura completava 45 anos de carreira.