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As 160 melhores fotos de Madri nos últimos 120 anos reunidas num livro!

Dia desses ouvi de um amigo espanhol uma das melhores definições sobre Madri: “Madri não tem nada mas tem tudo”. Perdida no meio do território espanhol, sem mar, sem montanha, sem natureza abundante, sem quase água potável; na periferia deuma Europa onde há a cosmopolita Londres, a sofisticada Berlim, a internacional Barcelona, a charmosa Lisboa, a perfeita Viena, a moderna Milão. Não há nada como Madri… Ou, como diz o slogan mais conhecido da cidade “De Madrid al cielo”.

Comunidade de Madri, o equivalene ao estado no Brasil, em destaque

Mas o que faz de Madri tão especial? A cidade tem uma personalidade única, e isso se nota tão logo se pisa na capital que mais parece uma grande vila. Eu mesmo me apaixonei ao ver a Puerta del Sol, um dos lugares mais vibrantes da cidade, no já longíquo inverno de 2011. Antes de mim, milhões de pessoas também emprerimentaram a mesma sensação. É quase um sentimento esse “si estás en Madrid eres de Madrid”, outra fase que você facilmente escutará. Apesar de o rei está logo ali, em Madri você não se sentirá un plebeu mais.

A Puerta del Sol, um dos lugares mais movimentados de Madri

Agora, um livro recém-lançado com 160 imagens que compõem uma colagem da história de Madri nos últimos 120 anos, dá mais pistas sobre o poder de sedução da capital. “Madri é uma cidade vivida e construída ao longo da vida, não tem grandes planos urbanísticos que dividam a cidade em classes”, conta-nos Martínez Useros, o editor. É uma boa pista. Mais: “Não é nem muito bonita nem muito especial. Aliás, é especial sim, mas pela maneira que se vive aqui”, complementa.

O volume reúne imagens dos fotógrafos mais importantes que passaram pela cidade, como Henri Cartier-Bresson, Robert Capa, Gerda Taro, William Klein, Francesc Català-Roca, Ramón Masats, Cristina García Rodero, Alberto García-Alix e Alex Webb, entre outros.

Padre goleiro (1960)
El Rastro de Madri, 1961

Sobre os momentos que mais marcaram a imagem de Madri, o editor destaca o início do século XX, com a grande cidade de Alfonso. “Foi o momento do apogeu do centro histórico de Madri, que imaginário coletivo representa a cidade até hoje”, diz o editor, que também aponta para os anos 50 como um período muito interessante. “O Madri que Català Roca (fotógrafo) documenta no final do pós-guerra, a imagem cidade divertida e hedonística com terraços e vida noturna. Sem esquecer os anos 80, que são as fotos da Movida, que também é tema de referência da imagem da cidade”. Sobre os momentos tristes, poucos: “não incluímos os grandes infortúnios da cidade. Não há o 11M — o atentando de 11 de março de 2004 na estação de trem de Atocnha –, não há os ataques de ETA, muito pouco sobre as memórias do Regime franquista e da Guerra Civil, exceto por uma imagem de civis refugiados”. Isso sim: a última foto do último capítulo é uma imagem da famosa avenida da Castellana vazia durante o confinamento. Madri voltará a brilhar.

ps.: em homenagem a Madri e ao livro, a partir de hoje publicaremos uma clique diário que nos conte um pouco sobre a cidade. De ontem, de hoje e do amanhã.


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