Existe um país tropical com 210 milhões onde um jornalista que opina diariamente na rádio, jornal, internet e tv disse há poucos dias que se sua filha fosse estuprada ao estar embregada, ela não só ficaria de castigo como seus agressores seriam preservados de qualquer denúncia.
Como disse o excelente Matheus Pichonelli no UOL, “Eduquem seus filhos. Eles podem ser o Rodrigo Constantino de amanhã“.
Mas calma, nem todo o mundo anda para trás.
Do outro lado do Atlântico, num espaço de terra onde habitam 47 milhões, adolescentes do ensino médio organizaram um protesto na última quarta-feira, 4, em apoio à igualdade em algo tão simples quanto se vestir.
Isso porque Mikel, um estudante de um colégio ao norte da Espanha, decidiu ir um dia de saia “porque tinha vontade”, e depois compartilhou a experiência na rede social TikTok — já tem quase um milhão de ‘curtidas’ — contando o que aconteceu.
“Eu queria usar saia naquele dia e é isso”.
“Na terceira hora de classe eles interromperam a aula e me levaram ao psicólogo. Ele me perguntou se eu me sentia menina e eu disse que não, que não uso nenhum gênero, mas se tiver que dizer um, sou tío (homem)”, explica. Mikel lembra ainda que nenhum professor pediu à amigas que tirassem as saias como ele fez, nem as levaram ao psicólogo.
Em vídeos posteriores, ele conta que seus pais o puniram por usar saia.
A reprimenda somada aos incidente no instituto geraram uma grande reação nas redes de outros jovens, que se propuseram a ir a suas escolas de saias na última quarta-feira, 4 de novembro.
A proposta e a história viralizaram ao mostrar meninos e meninas quem apareceram nas aulas vestindo saias em apoio a Mikel e denunciando que “as roupas não têm gênero”. Também reinvidicavam a liberdade de se vestir e se sentirem confortáveis.
De dentro de sua caverna, com a cabeça do século 19, o que diria Constantino sobre o filho de saia?