Na velha normalidade, vez por outra era notícia o desvio de voos causado por passageiros bêbados e incovenientes, brigas a bordo ou ocasionalmente o mau tempo.
Com a pandemia, há uma nova modalidade de pessoa que pode decidir unilateralmente atrasar a vida de dezenas de outras: os negacionistas da máscara para frear a transmissão da covid-19. Donald Trump poderia ser um deles, Bolsonaro também, mas num voo que decolou ontem às 21h das Ilhas Canárias (Espanha) rumo à capital, Madri, um anônimo se negou reiteradas vezes a vestir a máscara e obrigou o piloto desviar ao aeroporto de Málaga, ao sul do país, onde o avião aterrissou e o cidadão foi retirado pela Guarda-Civil. Fico imaginando o ambiente neste avião depois do inesperado anúncio do comandante sobre o pouso desnorteado.
Não foi o primeiro caso. Na sexta-feira passada, as imagens da viagem Amsterdã-Ibiza — imagino um avião de clubbers, alguns deles possivelmente já alterados no embarque — rodaram o mundo por terminar numa grande briga.
Tudo começou quando dois passageiros embriagados se recusaram a usar a máscara e terem sido recriminados pelos demais tripulantes.
Seguramente ainda vamos conviver com muitos sem-noção até a máscara passar a ser um peça de moda facultativa, como parece que vai acontecer.
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