Como qualquer assunto referente ao novo coronavírus, com muitas exceções a regras, a Europa abriu na madrugada de hoje (21) suas fronteiras internas. A norma geral é: cidadãos dentro do espaço comum podem viajar para quase toda a área de livre circulação de Schengen. Mas há muitos detalhes e arranjos entre países, o que obriga os passageiros a verificar o acordado entre os lugares de origem e de destino. Para facilitar, contamos aqui no blog que a Comissão Europeia lançou uma plataforma atualizada e precisa para facilitar a vida dos viajantes.
O jornal espanhol EL PAÍS de hoje noticia que para partidas e chegadas de fora da Europa, a incerteza é absoluta. A partir de 1º de julho, as fronteiras serão gradualmente abertas para os países onde o coronavírus é mais limitado, sem que exista de momento uma lista de candidatos. A Espanha respeitará o eventual pacto europeu para aprovar a chegada de viajantes de fora da zona comum, embora, diz o jornal, alguns países da Comunidade já ameacem agir unilateralmente.
Os residentes na Espanha podem ir, por exemplo, a partir de de hoje, para a Suécia, no outro extremo da Europa, mas não para Portugal, o vizinho mais próximo, que manterá seus acessos fechados a Espanha e Itália até 1º de julho. O outro país com uma fronteira comum, a França, não restabelecerá a mobilidade até meia-noite de hoje (21-22). O Reino Unido, oficialmente fora da União Europeia, mas coberto por um período de transição que prolonga quase todas as condições de filiação comunitária até dezembro, permite o acesso desde hoje. No entanto, haverá um impedimento importante: os recém-chegados devem ficar em quarentena por 14 dias. Essa condição, que interrompe qualquer viagem para fins turísticos, permanecerá em princípio até 29 de junho, apesar do fato de a Espanha já a ter levantado a quarentena para os britânicos.
Se na Europa a casuística é detalhada, fora do bloco comunitário tudo ainda precisa ser definido. A Espanha está confiante de que a UE poderá concordar com uma lista de países seguros a qual se deverão incorporar outros, com datas de entrada escalonadas, dependendo da situação epidemiológica. As fontes consultadas pelo jornal arriscam que os candidatos mais fortes a ingressar em breve (a partir de 1º de julho) são os que melhor controlam as infecções. “Japão ou Coréia do Sul não são iguais ao Brasil”, exemplificam essas fontes, citando casos de ambos os extremos no nível de vigilância de vírus, e apesar do fato de os dois primeiros países terem experimentado novo surtos.
Sem pistas sobre América
Outro foco de atenção para a Espanha é a América Latina. Durante o estado de alarme, várias conexões aéreas com a região foram autorizadas para facilitar o retorno de residentes na Espanha que foram bloqueados em locais como Argentina, Colômbia, Peru ou República Dominicana. Mas, ao estabelecer um horizonte para a reabertura de rotas comuns, o Executivo espanhol sujeita a decisão ao consenso europeu. Apesar da importância desses vínculos para a Espanha, os habitantes da América, o novo epicentro da pandemia, podem estar entre os últimos a serem autorizados a entrar na UE. No entanto, existem brechas. Durante a crise, Portugal permitiu a chegada de viajantes do Brasil, o segundo país a exceder um milhão de casos depois dos Estados Unidos.
Estamos atentos e contaremos cada nova medida aqui no blog.