Reportagem recém-publicada no EL PAÍS relata que depois de seis meses do começo da pandemia do novo coronavírus, pesquisadores no Reino Unido afirmam ter encontrado o que é agora o primeiro tratamento capaz de prevenir mortes por covid-19: a dexametasona. Segundo eles, o medicamento reduz a mortalidade nos pacientes mais graves, de acordo com os resultados de um estudo com milhares de pacientes.
De maneira concreta, segundo os testes, a droga foi capaz de prevenir uma em cada oito mortes entre os pacientes mais graves e uma vida em 25 entre os que recebem oxigênio. Esses resultados ainda são preliminares, mas os responsáveis pelo trabalho disseram que os publicarão em breve em uma revista científica devidamente revisada por especialistas independentes.
Ainda segundo a reportagem, a dexametasona é uma droga conhecida – foi descoberta em 1957 – e barata. É um corticosteróide com efeitos anti-inflamatórios e um supressor da resposta imune que é usado contra fortes reações alérgicas e doenças auto-imunes, como a artrite reumatóide. A Organização Mundial da Saúde considera um medicamento essencial para qualquer sistema de saúde do mundo.
Os resultados são especialmente positivos, uma vez que os líderes do estudo anunciaram que um dos tratamentos mais promissores possíveis – a hidroxicloroquina – não tem efeito positivo em pacientes hospitalizados. O estudo britânico também está testando a eficácia de outros tratamentos, incluindo plasma de pacientes recuperados.
Apesar dos resultados preliminares positivos, Antoni Trilla, médico do Hospital Clínico de Barcelona e consultor científico do governo, pede cautela: “Depois de todo o problema com outras drogas, é necessário aplicar uma dose extra de cautela”. “Estes são dados preliminares, precisamos esperar para ver todos os dados publicados para julgar”, acrescenta.
Leia aqui a reportagem na íntegra (em espanhol)