Sob nova direção desde 20 de janeiro, os Estados Unidos do Norte pintam, em pouquíssimo tempo, dias sombrios para o futuro da humanidade. “Tenha medo, tenha muito medo”, resumiu bem Paul Krugman, um genial prêmio Nobel de Economia, compatriota de Donald Trump.
Para aliviar o sofrimento durante os próximos quatro anos — ou pelo tempo que tardar o mandato do presidente –, felizmente contaremos com a ajuda de uma classe que anda rindo alto com a chegada de Trump à Casa Branca: a dos comediantes políticos. Embora possa parecer contraditório, está fácil fazer piada frente ao caos
Aqui na Europa (e ao que parece no resto do mundo), a piada do momento é uma competição de risos, ou melhor: uma batalha entre países pela “medalha de prata” no coração de Donald Trump. Sim, o mundo disputa o segundo lugar, já que o primeiro, segundo o magnata, é sem dúvida dos Estados Unidos. Durante seu mandato, segundo ele, “a América estará sempre em primeiro” (veja o vídeo abaixo). Ele “will make America great again” (fará os Estados Unidos serem grandiosos novamente).
Para convencerem a Trump que merecem o posto em seu coração, os parodistas começaram uma campanha virtual vendendo “o melhor” dos seus países. Em vídeos sarcásticos, depreciativos e irônicos com culturas cercanas, e cheios de referências a expressões usadas por Trump –“isso é um desastre”, “grande homem”, ïmpressionante”–, o presidente é informado sobre o porquê o país em questão merece sua medalha de prata. “Temos grandes montanhas, não somos planos. Veja Holanda, é plano, um desastre total”, diz o texto suíço, claramente em referência a sua atração mais conhecida.
“Tivemos um líder parecido com você”, diz a gravação alemã com imagens de Hitler na tela. “Nossas mulheres são belas”, conta a gravação mexicana, fazendo referência ao caráter galanteador do líder norteamericano, e talvez com grosseira ironia com a formosura das locais. Há chistes para todos os gostos, inclusive, para mim, alguns que passaram do ponto.
Os vídeos, uma idéia engenhosa originalmente holandesa, ganharam tanta notariedade, que para alguns países há mais de uma versão.
E o que isso tem a ver com este Andar Andar, um blog de viagens? Simplesmente que, assistindo a algumas das paródias — a maioria em inglês ou com legenda no idioma –, pude notar: mais do que piadas ácidas, as gravações são uma ótima maneira de captar a alma dos países almejantes a queridos do presidente, e inclusive conhecer pautas atuais. Uma mini-aula de História mescalda a humor atual.
A seguir, alguns dos melhores deles, e o que dizem de mais divertido sobre os países refletidos.
Alemanha
O país mais influente da Europa diz ter muito a colaborar com o presidente norteamericano, diz o vídeo de 3 min. “Tivemos um grande líder que fez a Alemanha grande outra vez”. “Ademais, sabemos tudo sobre muros. Quando um que teníamos caiu depois de 28 anos, todo mundo chorou”, conta a gravação, sarcástica do começo ao fim, que ainda traz uma dica. “Senhor presidente, Angela Merkel te ama, mas por favor, não ponha a mão na vagina dela. Não temos idéia do que há lá”.
Brasil
A paródia brasileira tem momentos engraçados, mas é fraquinha… Em seu melhor momento, conta sobre uma similitude entre o Brasil e os Estados Unidos: a negação em falar espanhol no continente. Também sobre o gosto por nossas estrelas, de Pelé a Gisele Bundchen, em migrar para o país do presidente. Um ótimo argumento, segundo o vídeo, para Trump escolher-nos como segundo país.
ltália
O argumento inicial italiano para convencer o ex-apresentador de “O Aprendiz” a considerar o país como segunda opção do mundo é potente: sendo a Itália o país onde há mais sol na Europa — título disputado por vários países mediterrâneos –, será mais fácil do que nunca para Trumo conseguir sua pele alaranjada. Mais: o país, conquistado em sua história por vários outros, seria uma presa fácil do presidente. Nada mais cômodo. Para construir o muro da discórdia, os italianos propõem os serviços da máfia. Segundo eles, “gente organizada, que vai entregar o trabalho a tempo, com a possibilidade de pagamento em negro”. Bons argumentos, essa Itália…
https://www.youtube.com/watch?v=hpMcf83glaY&list=RDn3KfNvshNpc&index=5
Japão
“Temos uma história milenar, o Big Ban aconteceu aqui”, começa o vídeo japonês referendindo-se às explosões de Hiroshima e Nagasaki. Os japoneses não negam suas feições parecidas à dos chineses, um povo pelo qual o presidente não parece ter muito pareço. Mas garantem: “somos muito mais elegantes e educados”.
Marrocos
Segundo país mais visitado da África — atrás apenas do Egito –, Marrocos lançou sua campanha pelo segundo posto no coração de Trump com um argumento poderoso: com a caos humanitários europeu e a insegurança no continente, seria mais sensato o presidente abrir mão do Velho Continente em privilégio do reino que outrora recebeu Indiana Jones em um dos seus filmes. Para fisgar Trump, os documentarista realçam o caráter machista da nação onde, segundo o vídeo, canais de televisão ensinam a mulheres que sofreram agressões domésticas a realçaram a maquiagem e esconderem as bofetadas machistas. Os marroquinos ainda lembram: somos muçulmanos, mas boa gente. Será qie eles têm chance?
QUADRADO
México
O país mais atacado por Donald Trump desde que ele se meteu em política é o México, que, num vídeo comicamente argumentativo, tenta mudar a má idéia que o atual presidente dos Estados Unidos tem do país. “Aqui há napolitos, tequila, piñatas — balões coloridos para serem estourados em festas de crianças, mariachis”. “Nosso presidente é um ator, e fala seu idioma muito bem”, segue o vídeo, gozando do péssimo inglês do impopularíssimo presidente Enrique Peña Neto. Para agradar ainda mais ao sapeca Trump, o vídeo, grosseira ironia, ressalta “a beleza das mulheres mexicanas”, e o alto grau de entrosamento entre os jovens turistas gringos que viajam ao México para curtir o Spring Break (as férias curtas de março) bebendo como se não houvesse amanhã”. Para finalizar, lembra do presente dado ao país vizinho no passado: uma grande parte do que é os Estados Unidos foi um dia México, que vendeu seu território a preço de banana. E quem vai negar o caráter serviçal mexicano…
Suíça
Um dos primeiros países a contar com o vídeo, a Suíça é mostrada com uma terra onde até as favelas são limpas e onde há total segurança, já que “não há mexicanos”. Segundo a gravação, a bandeira do país é tão incrível que até os militantes da Ku Klux Klan, violentos pregadores da supremacia branca e amigos de Trump, copiaram-na. Citando a pretensão do magnata em extinguir o Obamacare — a reforma sanitária criada pelo presidente Obama, os suíços afirmam que o país conta o “Exit”, um programa que permite a eutanásia para idosos.
Curtiu as paródias? Saiba que numa visita rápida ao Youtube, você poderá encontrar muito mais. É, sem dúvida, uma maneira interessante de captar a identidade e atualidade de vários países que se atrevem a testar sua popularidade diante do presidente que, em um mês de mandato, já escreveu um capítulo sombrio na História da humanidade.
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