Vale a pena pagar menos por um voo com escala? 9 dicas para ajudar você a decidir
De cabeça de juiz e bunda de neném, ninguém sabe o que vem, diz a sabedoria popular. A esses dois eventos, viajantes certamente podem agregar preços de passagens aéreas. Os sustos com a diferença de valores para a mesma rota, em datas e por tempo similares aos comprados antes, são quase tão rotineiros quanto a surpresa com a caquinha inesperada de um herdeiro da família.
Mas, brasileiros que somos, loucos por andar andar, não desistimos nunca. Vale quase tudo para chegar ao destino sonhado. Mesmo aqueles voos com uma escala na rota, que pintam baratos. Pintam, mas muitas vezes passam de esforço que parece valer a pena à categoria de barato que sai caro.
Tenho algumas pegadinhas desse tipo no meu histórico viajante. A mais recente foi, ao planejar uma viagem de Madri a Mykonos — uma ilha grega –, avistar que a opção mais barata para chegar ao destino era um voo com escala em Genebra, na Suíça. Até sabia que Genebra, cidade sede de reloajerias de luxo — tanto quanto de dinheiro sujo entocado em contas fantasmas –, é uma das urbes mais caras do mundo. Mas não que, na prática, se a fome bater durante uma escala na cidade, é possível que um lanche no aeroporto saia a pelo menos metade de preço da passagem, considerando-se um trecho interno europeu. Basta dizer que uma coca-cola em lata custava, em junho de 2016, 4,90 francos suíços, algo próximo a R$ 17 (conversão de novembro de 2016).
Neste post, compartilho sete dicas que você deve considerar antes de optar por um voo com parada ou um trecho direto.
1. Custs tempo / estresse
Uma hora de escala pode ser um passeio extra ou custar caro, dependendo do seu status viajante. Se estiver em um dia de negócios, 1h a menos de trabalho pode custar alguns zeros; se viaja de férias, quando tudo é alegria, uma hora extra em um aeroporto no meio do caminho pode ser vista até como uma oportunidade de conhecer um lugar novo.
Um coisa é certa seja qual for seu perfil andarilho momentâneo: evite voos com escala quando tiver outro principal em seguida (p.ex: alguém que sai de Salvador a São Paulo com escala em Brasília; e de Guarulhos pretende chegar a Nova York). Simplesmente porque numa escala há muitas variáveis que podem sair diferente do esperado: tráfego aéreo intenso para aterrissar e para partir; falta de portão para que o avião estacione, confusão no desembarque dos que ficam e de embarque dos que chegam, problema técnico identificado, problemas na troca da tripulação, etc, etc e muitos etcs. Qualquer um desses fatores, ou mais de um junto, e você pode perder o avião que realmente importa.
A não ser que tenha muito tempo de espera entre esse primeiro e segundo voo (no mínimo 3h para uma conexão doméstica e 4h para um voo internacional), opte por um voo direto inicial. Vale a pena.
2. Custo comida
O avião estacionou e deixou de gastar energia, mas o estômago não. Se o tempo de escala for curto, geralmente conseguimos driblar a fome e esperar chegar ao destino final. Mas em escalas longas — hoje, para conseguir voos econômicos, é comum esperas de mais de 24h –, a comida extra deverá ser considerada parte do preço da passagem.
Viajantes mais precavidos ou com grana limitada sabem muito bem: mesmo em voos diretos ou com escalas curtas, é cada vez mais comum que a comida gratuita a bordo seja muito escassa, e que se cobre até por uma garrafa de água. Nada mais natural que preparar comidas rápidas (sanduíches são sempre uma ótima pedida) ou trazer snacks para dentro do avião. Lembre-se apenas de evitar lanches com cheiro forte, respeitando a etiqueta de ninguém na poltrona do lado ser obrigado a cheirar sua iguaria agridulce.
Trazer bebidas a bordo também é possível em voos dentro do Brasil. Mas lembre-se que em voos internacionais partindo do país, ou em trechos internos na Europa e nos Estados Unidos, qualquer recipiente com mais de 100 ml de líquido será barrado no raio-x. Se economizar é a sua meta, uma opção é trazer garrafas vazias e enchê-las ja dentro da sala de embarque (pós-raio x) quando houver bebedouro. Em vários países, a água das torneiras é potável.
Ainda sobre comida em aeroportos, saiba que é muito comum terminais onde há fast foods com preços similares aos praticados fora dos edifícios — que podem ser caros ou baratos, dependendo do país; enquanto em outros saguões, comida a preço razoável, ao menos para os padrõoes locais, você somente encontrará nos arredores. Procurar comida próximo aos terminais, aliás, é um dica de sempre. No aeroporto de Malpensa, em Milão, onde estive há pouco, por exemplo, um panini na zona de embarque custava cinco euros, enquanto atravessando a rua, uma lasanha com bebida custava o mesmo.
Aliás, acho que há duas ótimas maneiras de descobrir se há comida bbb — boa, bonita e barata — próxima ao terminal de escala: 1- perguntar a algum colaborador pelos corredores — eles costumam utilizar esses restaurantes; 2- pesquisar no site TripAdvisor por restaurantes próximos ao aeroporto x, como na foto abaixo.
3. Custo transporte
Em escalas longas, o transporte para sair e voltar ao aeroporto e seguir viagem deve ser considerado parte do custo. E pode ser até mais caro que o bilhete aéreo em si — dado comum na Europa, onde com sorte se encontram trechos a menos de 20 euros –, como ir ao centro a partir de algum aeroporto londrino e depois regressar ao terminal. Ou ser gratuito, como sair e voltar ao aeoporto em Genebra, na Suíça.
Para ajudá-lo, em breve compartilharei um guia com os preços entre os aeroportos e o centro de várias cidades brasileiras e também entre os principais terminais e centros de capitais européias.
Além de saber como sair e voltar ao aeroporto, é importante prestar muita atenção se o aeroporto de escala é o mesmo do voo seguinte. Eu mesmo já fui surpreendido ao saber que, em um voo de São Paulo a Recife com escala no Rio de Janeiro, o aeroporto de desembarque era o Santos Dumont e o de reembarque o Galeão. Além do custo e do tempo necessário extra para não perder o voo seguinte — no caso dos terminais fluminenses, os cerca de 20 km podem ser realizados em 40 minutos em uum dia sossegado ou en até 4h, em um pré-feriado –, o caminho perigoso também também deve entrar na conta se vale a pena fazer a escala.
4. Custo internet
Outro gasto essencial é o de internet. No blog, compartilhei um serviço que permite acessar a web sem pagar nada em mais de 130 terminais mundo afora, que pode ser útil para sua tomada de decisão.
5. Custo hospedagem
Pagar para se hospedar por horas em hotéis dentro de terminais é uma opção cada vez mais comum, embora quase sempre uma experiência cara, comparando-se com os preços por serviços equivalentes do lado de fora dos aeroportos.
Também são cada vez mais corriqueiros lounges onde, pagando-se por um acesso, o viajante usufrui de snacks, comidas quentes (às vezes), bebidas, internet, cadeiras gertalmente cômodas, duchas, entre outras facilidades. Dá pra cochilar tranquilamente na maioria deles.
Para os que precisam economizar, entretanto, uma boa pedida é fugir de custos extras e achar um cantinho para chamar de seu no saguão por algumas horas. A prática é tão comum que existe até um site, o Sleeping in Airports, com dicas sobre dormir nos terminais e os melhores aeroportos onde dormir entre desembarque e embarque.
Para que a experiência seja reconfortante, e não apenas um corpo frio sobre um chão gelado, a dica é levar sempre alguns objetos: tapão de ouvido, máscara para os olhos, manta e roupas cômodas entre os imprescindíveis.
Para quem vai descansar dessa maneira, é essencial se lembrar de manter um olho no horário do voo — um alarme sempre ajuda –, e outro nos seus objetos pessoais — aeroportos são antros de mãos ligeiras.
6. Custo lugar
Esperar um voo Londres pode ser algumas vezes mais caro que fazer escala em Dublim. Algumas horas em qualquer lugar na Suíça podem fazer facilmente a carteira emagrecer, enquanto uma escala em Berlim nem dói tanto assim. Preços de comida, alojamento, transporte e internet variam mutíssimo de lugar para lugar, portanto pesquisar sobre o local de escala é essencial quem pretende economizar.
7. Política de escala da cia aérea
Essa dica é mais útil para quem faz escalas longas, principalmente stop-over — que é simplesmente uma escala de mais de 24h. Como contei em um post, muitas cias oferecem regalias ao passageiros que realizam um primeiro voo, fazem escala longa, e seguem viagem em seus aviões até o destino final. A Turkish — muitas vezes eleita a melhor cia da Europa –, por exemplo, oferece estadia gratuita em Istambul se a escala na cidade for superior a 10 horas. A Tap Portugal também possibilita mimo similar, além de oferecer tours por Lisboa sem que o passageiro pague nada a mais por isso quando a parada intermediária é na capital portuguesa. Portanto, a dica é checar sempre com a cia se a escala dá direito a algum serviço extra, o que, dependendo do tempo que você possa curtir a parada, é nada menos que duas viagens pelo preço de uma.
6. Custo tédio
Passar horas neste lugar inóspito chamado aeroporto pode ser um teste de tédio. Ou não. Um livro, um smartphone, um lap top, gente para conversar por perto: as possibilidades para que o tempo passe mais rápido são muitas. Em tempos super conectados, lembre-se sempre que tomadas às vezes rareiam nos aeroportos; e que, mesmo que disponíveis em todas as pilastras que sustentam o edifício, ter um adaptador de tomada é essencial para evitar fustrações. Baterias carregadas e extras antes do embarque nunca serão demais.
Viajando por aí, você já deve ter notado que muitos aeroportos possibilitam acesso gratuito à por tempo limitado. A dica é, conexão de graça esgotada, procurar cafeterias, bares ou restaurantes que compartilham suas redes depois de o cliente fazer uma compra de qualquer valor. Uma água por horas conectado sem dúvida é um bom negócio, certo?
9. Custo duty-free
Nas escalas internacionais, ansiosos para chegar ao sonhado destino, é normal que, ao ler a palavra “free”, de free shop, somada a várias placas de “sale”, pensamos estar diante de um shopping de descontos, uma pechincha de produtos sem impostos. Ledo engano. Se é verdade que muitos produtos nos duty frees são mais baratos que nos shoppings convencionais do país onde estão localizados — caso do Brasil, por exemplo –, em outros do lado de fora dos terminais é possível conseguir preços melhores que nessas zonas livres de taxas. A tabela abaixo, produzida site Skyscanner, comparou o preço de vários produtos em alguns dos principipais terminais do mundo e comprovou. Nunca vale ir com sede ao pote e comprar produtos em free shops. A dica é anotar o preço no desembarque e comparar com o preço no comércio do lado de fora. Aí então decidir onde comprar.
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