Diário da Índia [1] – Mantra, esperteza…

 

Turbantes, burcas, preto, branco, colorido, jeans. Mulheres absolatamente tapadas, menos encobertas, homens de regata. Gente, muita gente!!! Feche os olhos e visualize o desembarque no aeroporto de Nova Déli. Agora dilate as pupilas rapidamente para dar conta do vespeiro que se forma ao seu redor em poucos minutos. Vendedores de água, de chaveiros, de cadeados, de transporte, os que dizer ter as melhores excursões. Comece a praticar a paciência — exercício que possivelmente está na sua lista ao procurar o destino-índia — e a meditar, mas em alerta. Faça cara de estar seguro, de ter rumo e direção. Diga não uma, duas, três vezes. Namastê.
A primeira dica para quem chega a Déli é a mesma de quem chega no Galeão, por exemplo: use táxis autorizados, cuja viagem pode ser comprada dentro do aeroporto. Se no Rio o taxista IXperto faz malabarismo com o taxímetro e nos faz esquecer que a menor distância entre dois pontos é uma reta, em Déli os prestadores de serviços locais vão além: perguntam em que hotel você está hospedado e, ao ouvirem a resposta, dizem que o lugar é decadente ou que fica numa área perigosa, oferecendo opções com cara de bondade.

Eu já tinha lido sobre, mas assim mesmo subi num táxi de rua, atraído pelo preço. O roteiro digno de Bollywood estava só no começo. Fingindo-se perdido, o taxista parou numa agência de turismo no centro da megalópole (na região de Connaught Place ficam abertos até 22h para receber as vítimas) maquiada de central oficina oficial de turismo, com aquela “I” clássico de Informação. Ao pedir que eu saísse do táxi e perguntasse por ajuda, o homem de uns 30 anos e uns 5 dentes na boca esperava que eu voltasse com um novo endereço de hotel oferecido por seus comparsas lá dentro. Estes, aliás, confirmam rapidamente seu status e mostram até crachá de funcionários públicos. Oh, Bollywood! Tudo balela. O fato é que só existe uma agência oficial de turismo em Nova Déli e na maioria das grandes cidades do país, mas se você quiser uma chegada cheia de emoção, deixe-se ser enganado e ria no final.

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