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Diário de Viagem, Índia [2] – Caminho das Índias

Perdido, este blogueiro pede indicações sobre como chegar (foto: Nova Déli, Índia, 2015)

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Alguns textos foram escritos antes de o Andar Andar existir, mas contam histórias que podem ser úteis para futuros viajantes, ou apenas curiosas.

É tudo extraordinariamente diferente: a comida, os cheiros, a roupas, a expressão da religiosidade, os hábitos, a rotina, a forma de trabalho, o convívio social, os valores, a história…tudo! Um estado do Pará onde vivem seis Brasis, a Índia, além de distinta –e megalomaníaca– é uma overdose para os sentidos ocidentais.

País pouquíssimo conhecido e longe do radar de interesse para maioria a de nós, brasileiros (Inshala, Glória Perez), já tenho uma certeza pouco depois de pisar aqui: de tão diferente, será mesmo muito difícil desmistificá-lo.
Vim para uma viagem de quase um mês, completamente sem roteiro, de coração aberto. Estou vidrado com este outro — e intraduzível — mundo. A cada conversa (arranha-se o inglês numa ex-colônia da rainha), a cada novo lugar visitado, a cada hábito percebido, mais e mais diferenças. Homens abraçados e de mãos dadas nas ruas; gente comendo com as mãos nos restaurantes; parques onde só são aceitos casais; lugares completamente sujos e miseráveis aos pés de castelos de marajás; gente dividida em castas que pouco se misturam; mais corrupção (!!!) que nós em pequenos atos; vacas raquéticas, mas sagradas, trombando com pessoas a cada 5 metros; turbantes, batas, gente maltrapilha (a nossos olhos) por todos os lados, profissões de sobrfevivência exercidas, e novas para mim, sendo realizadas no meio da rua. A lista é longa.

É muito comum ouvir de quem esteve aqui que a Índia é como a frase do nosso (pior) ditador, Costa e Silva: “ame-o ou deixe-o”. O fato é que se você vir de coração aberto para o inusitado e para o diferente, sem se dar conta viverá momentos que terão o poder de minar a maneira que vê o mundo e se localiza nele. Contarei um pouco do que estou vendo.
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