Sobre ser mãe, ou o milagre da vida

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Quem tem a sorte de ser mãe pode contar melhor do que ninguém sobre o milagre da vida. Ele se manifesta dentro dos seus corpos, quando em vez de um batem dois corações. Para muitas delas — e para muito mais gente — procriar é a maior prova da existência divina. Seja você parte do grupo apaixonado por essa tese, agnóstico ou ateu, compartilho um texto fascinante que li na revista de bordo da Avianca, em minha ida à Venezuela, sobre o milagre de ser mãe. É de Henri Nouwen, um teólogo e escritor holandês, e presta uma homenagem à minha, e a todas as mainhas do Brasil e deste mundo cheio delas. Para nossa sorte.

Parábola dos gêmeos

No ventre de uma mãe havia dois bebês. Um perguntou ao outro: “Você acredita em vida após o parto?”

O outro respondeu: “É claro. Tem que haver algo após o parto. Talvez nós estamos aqui para nos preparar para o que virá mais tarde.”

“Bobagem”, disse o primeiro. “Não há vida após o parto. Que tipo de vida seria essa?”

O segundo disse, “Eu não sei, mas haverá mais luz do que aqui. Talvez vamos poder andar com as nossas pernas e comer com nossas bocas. Talvez teremos outros sentidos que não podemos entender agora.”

O primeiro respondeu: “Isso é um absurdo. Andar é impossível. E comer com a boca? Ridículo! O cordão umbilical nos fornece nutrição e tudo o que precisamos. Mas o cordão umbilical é muito curto. A vida após o parto logicamente está fora de questão.”

O segundo insistiu, “Bem, eu acho que há alguma coisa, e talvez seja diferente do que é aqui. Talvez a gente não vai precisar mais deste tubo físico.”

O primeiro respondeu: “Bobagem. E além disso, se há mesmo vida após o parto, então por que ninguém jamais voltou de lá? O parto é o fim da vida, e no pós-parto não há nada além de escuridão e silêncio e esquecimento. Ele não nos leva a lugar nenhum.”

“Bem, eu não sei”, disse o segundo, “mas certamente vamos encontrar a Mãe e ela vai cuidar de nós.”

O primeiro respondeu: “Mãe? Você realmente acredita em Mãe? Isso é ridículo. Se a Mãe existe, então onde ela está agora?”

O segundo disse: “Ela está ao nosso redor. Estamos cercados por ela. Nós somos dela. É nela que vivemos. Sem ela este mundo não seria e não poderia existir.”

Disse o primeiro: “Bem, eu não posso vê-la, então é lógico que ela não existe.”

Ao que o segundo respondeu: “Às vezes, quando você está em silêncio, se você se concentrar e realmente ouvir, você pode perceber a presença dela, e pode ouvir sua voz amorosa, lá de cima.”

É a presença divina.

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Eu e ela em Madri, 2014
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Eu e ela juramento OAB, 2009
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Eu e ela, Nova York 2013
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Eu e ela, Barcelona 2014
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Eu e ela, Budapeste 2014

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