Imagine que algúem de qualquer lugar do mundo lhe ligasse para perguntar qualquer coisa sobre o Brasil. Sobre política, por exemplo. Muito provavelmente você acharia que fosse um trote de mau gosto e desligaria na cara do interlocutor.
Isso não aconteceria na Suécia. Aliás, não acontece. Lá, desde o último dia 8, cerca de 4000 mil voluntários recebem chamadas aleatórias de todo o mundo. “Alô Suécia”, dizem do outro lado. As chamadas fazem parte da campanha “o telefone sueco”, da Associação de Turismo do País. A idéia surgiu para para comemorar o 250º Aniversário da Liberdade de Imprensa por lá, promulgada em 1766. O país, um dos cinco com melhor índice de desenvolvimento do mundo, foi o primeiro a abolir a censura e garantir a Liberdade de Imprensa em sua constituição.
A campanha é simples, mas de um poder simbólico enorme. Qualquer pessoa que discar +46 771793336 falará com um voluntário sueco já informado de que poderá ouvir qualquer pergunta, da mais banal à mais profunda, sobre o país. Para aumentar ao máximo a variedade de perguntas, os voluntários baixaram antes um aplicativo para que as chamadas sejam repassadas de origens aleatórias.
A intenção da campanha é promover a Suécia no exterior de forma espontânea, por seus cidadãos, e não com a lógica publicitária das operadoras de turismo. “Queremos mostrar a verdadeira Suécia, um país que merece ser visitado, que realiza um turismo sustentável e tem uma rica herança cultural”, disse Magnus Ling, diretor da associação sem fins lucrativos. “E também promover o nosso orgulho sobre o conhecimento de nossos cidadãos sobre o pais”, completou.
A pergunta que mais têm ouvido é se lá todos são mesmo loiros de olhos azuis. Até agora, ninguém perguntou sobre a corrupção no país.
