11 coisas que irritam os brasileiros na Europa

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Brasileirinha veste o país (foto: El País)

Os europeus — especialmente os franceses, os portugueses e os espanhóis — costumam ter uma noção mínima do Brasil. Sabem em geral que falamos português, onde ficamos no mapa, que São Paulo é a cidade mais importante, que temos uma impopular presidente, o “Trump dos trópicos”.

Quando se dão conta de onde somos, a conversa em geral evolui por caminhos diversos, a depender do sexo dos interlocutores. Quando o assunto não começa pelo o inecraditável presientel, é claro…  Se o papo for entre homens, 99% puxam o assunto futebol. Se a interlocutora for uma mulher, “tenho muita vontade de ir ao Rio” é uma introdução comum para as européias. Carnaval, claro, está entre os temos iniciais preferidos. 

Mas como dizia, o papo vai além do óbvio, muito ajudado pela cobertura da imprensa européia sobre nosso país. Na Espanha, por exemplo, o principal jornal, o EL País, tem uma ótima cobertura sobre o Brasil. A abordagem é diversa, inteligente, e com propriedade. O jornal tem até tem sua versão online em português.

Apesar do certo grau de informação, vez por outra ainda somos surpreendidos por perguntas básicas sobre o Brasil, e algumas bolas-fora. O mesmo El País fez uma lista das 11 coisas irritantes, entre as quais perguntas, que os brasileiros vivem no Velho Continente. Achei o texto tão divertido e fidedigno que o reproduzo na íntegra.

1. Quando conhecemos alguém que nos diz “Você não parece brasileiro/a”.

Normalmente você faz cara de alface e sorri, mas internamente fica com vontade de responder: “Deve ser porque minha bisavó era filha de índio com negra e se casou com um italiano. Meu pai é filho de um italiano loiro de olhos azuis. Por parte de mãe tenho sangue índio, português e alemão. A única cara de brasileiro que tem no meu país é a dos indígenas, que aliás, estão sendo dizimados por lá”.

2. “Ah, Brasil! Você dança samba ou capoeira? Ama carnaval?”

Não. Você, dança flamenco / ländler da Baviera / toca gaita?

3. Ler e ouvir nos jornais que o Brasil é um “país carioca”, algo que tão estranho quanto dizer que a França é um país parisiense ou que a Espanha é um país flamenco…

Para os brasileiros não precisamos explicar, mas se tiver algum gringo por aí, preste atenção: carioca é quem nasce na cidade do Rio de Janeiro, nem sequer quem nasce no estado do Rio, que é fluminense. O Brasil é um país enorme, com diferenças culturais tão grandes quanto o seu próprio território. Uma pessoa de Curitiba, por exemplo, vê o sol menos dias por ano do que um morador de Londres. Agora imagine chamar este cidadão, primo do conde Drácula, que não dança samba e que parece preferir vinho à capirinha, de carioca!

4. “Você fala brasileiro?”

Perguntar se falamos brasileiro é como perguntar se uma pessoa nascida na Bolívia fala boliviano. Não. Na Bolívia eles falam espanhol. Da mesma forma que os brasileiros falam português, o idioma de outros nove países colonizados por Portugal.

5. O bullying do 7×1, que é especialmente irritante porque tirou de nós brasileiros uma das poucas coisas com a qual podíamos bullar todas as outras nações: a nossa (ex-)absoluta superioridade no futebol.

6. “A capital é Buenos Aires?”

Embora a pergunta seja muito mais comum nos EUA, vez por outra podemos virar argentinos. Sem comentários, né?

7. Filmes dublados

Pra quem não mora ou morou na Europa pode ser difícil acreditar, mas sim, em alguns países a (grande) maioria dos cinemas projeta seus filmes em versão dublada e eles ainda se orgulham disso, porque dizem que sua dublagem é excelente. Pra você conseguir vê-los em versão original, vai ter que ir às salas pequenas e enfrentar filas (de estrangeiros, em maioria).

11 coisas que irritam os brasileiros na Europa
 

8. Não existe um chuveiro fixo e grande

A maioria são duchas que você pode segurar com a mão, que se movem sozinhas enquanto você enxagua o cabelo e que acabam jogando a água para o lado que você não quer, podendo, na maioria das vezes, molhar grande parte do banheiro.

Isso porque a falta de boxes, que são substituídos por cortinas de plástico – e que têm que ser trocadas, devido ao mofo, a cada 12 meses – são a regra.

9. As mulheres brasileiras têm uma queixa específica: muitos europeus acham que passam o dia de biquíni, sambando e fazendo sexo com desconhecidos.

E que adoram ser assediadas. Há também o preconceito puro e duro, e acabam achando que são oportunistas. Ah, claro, e que de vez em quando queremos casar com eles.

10. “Higiene” é uma palavra polêmica, mas te entregar a barra de pão ao mesmo tempo e com a mesma mão que te devolvem o troco, pra um brasileiro médio, realmente, é meio irritante.

11. Chá, café com leite e bolinho de creme na praia.

11 coisas que irritam os brasileiros na Europa
 

Pois é. E parece que “estranho” ainda é um adjetivo suave para isso, mas pensem no contexto: você está na praia, faz calor, a paisagem é meio desértica, vc sente falta das palmeiras, das árvores e daquele clima tropical. Chega a metade da tarde e você pensa em tomar uma cervejinha com queijo coalho ou uma caipirinha com camarão. Nos dias mais animados pensa que pediria um capeta pro moço e lembra como, nestes casos, acabava fazendo amigos.

Mas você abre os olhos e está em uma praia espanhola. Toca um sino e chega um carrinho vendendo a “merenda”. Dá a impressão de que é só pra crianças mas de repente toda a população de biquíni gigante e bermuda-à-meia-coxa se aglomera pra comprar café com leite e chá. Quente. Com bolinho de creme, pra merendar na praia (!!!!).

É, amigos. Não é exatamente estranho. Talvez a palavra adequada seja…. triste.

ps.: para mim, os números dois e quatro são as perguntas mais comuns e irritantes

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