Cabine telefônica vira boate em Berlim
Ano passado, um britânico abriu uma cafeteria numa cabine telefônica abandonada em Birmingham, no centro do Reino Unido. Agora, um berlinense de 25 anos aproveitou o desuso das cabines na cidade para dar outra utilidade ao espaço de menos de dois metros quadrados: o de menor boate do mundo. E que merece uma crônica.
A justificativa dele para adaptar a cabine me surpreendeu: “Nas grandes casas noturnas em Berlim, ninguém mais canta junto e os DJs deixaram de tocar músicas animadas. Sentia falta de festejar com meus amigos, de cantar as músicas na pista, de pirar, sem precisar enfrentar olhares repressores”, disse à BBC. Em minha única ida à boate Alemanha, tive impressão totalmente distinta do empreendedor: total liberdade, falta de cerimônia e exercício de privacidade num ambiente privado. Foi no Berghain, o clube mais louco onde já estive na vida. E
Mais do que uma idéia inusitada, a adaptação é muito simbólica em se tratando de Berlim, considerada a capital mais inventiva e em mutação da Europa. Não é a toa que o movimento upcycling —dar novo uso a objetos descartados — começou lá.