Ao sul!!!
Dia desses, li na Revista Exame: “A América do Sul vem se tornando uma alternativa para os brasileiros que não abrem mão de uma viagem para o exterior”. Segundo a revista, o motivo é porque “países como Chile, Uruguai e Argentina ainda oferecem roteiros econômicos em relação aos destinos preferidos dos viajantes brasileiros, como os Estados Unidos e a Europa.”
O dado é verdadeiro: cada vez mais desbravamos os 13 países da América do Sul; mas os motivos pelos quais estamos indo apontados pela revista — “não abrir mão do exterior” e “roteiros mais econômicos” revelam nosso complexo de viralata.
Traduzindo, o que está sendo dito é que” sem dinheiro, nos conformamos em viajar por aqui. Errado. Estamos nos conhecendo melhor por vários motivos, inclusive, mas não só, pelo dólar alto. Vamos porque estamos viajando mais cada vez mais para qualquer lugar; porque é cada vez mais fácil ir já que estamos cada vez mais conectados — a criação da LATAM, empresa formada pela chilena LAN e pela TAM é sintomática; 3- e talvez porque cada vez mais nos damos conta que há muitíssimo com o que se encantar viajando por essa área que ocupa 12% da superfície do planeta.
Machu Picchu, Buenos Aires, Colônia do Sacramento, Salar do Uyuni, Cataratas do Iguaçu, Montevidéu, Amazônia, Usuhaia, Atacama, Valparaíso, Cartagena, Barranquilla, Lago Titicaca, Pucará, San Juan: a lista de lugares impressionantes é longa.
Enquanto monto alguns roteiros pela região para inspirá-lo(a) ir, compartilho algumas informações para não deixá-lo(a) dúvida: perde tempo quem deixa a América do Sul para depois…
Por que ir?
1 – RG é suficiente
Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Paraguai, Uruguai e Venezuela são nossos vizinhos que aceitam o documento de Identidade para entrada. O documento deve estar em bom estado e ter no máximo 10 anos de emissão. Pode-se ficar em geral 90 dias como turista, prorrogáveis por mais 90, embora valha a pena pesquisar qual o prazo dado no seu destino. Importante: a carteira de motorista não é válida como documento de entrada.
Leia mais: Mercosul com RG
Comparando-se com os EUA, onde para se entrar é necessário visto – custa US$ 160 e há entrevista para tirá-lo, correndo-se o risco de ter o pedido negado; e com a Europa, onde um passaporte válido é suficiente para ir, mas o mau humor de um agente de fronteira pode rendê-lo perguntas intermináveis, estresse e, no limite, pedido de entrada negado e volta ao Brasil, é uma vantagem e tanto.
2 – Diversidade
Sonhar com a Europa pela sua diversidade cultural e de paisagens faz todo sentido. Com os Estados Unidos pela quantidade parques temáticos, outlets ou cassinos também. Mas não esqueça: seja qual for seu estilo de viagem, há vários destinos para você na América do Sul. E mais: destinos com estilos completamente diferentes cerca um dos outros.
Gosta de cidade grande? Vai se apaixonar pelo charme de Buenos Aires, pela modernidade de Santiago ou pela organização de Bogotá. A fofura de Montevidéu e o caos de Caracas também podem impressioná-lo.
Escapada para o mar? Há muito o que ver, principalmente ao norte, nas costas da Colômbia e Venezuela, onde o mar azul lembrará que você já está no Caribe.
Que tal esquiar? a Patagônia chilena e Bariloche (AR) farão você esquecer os Pirineus. Os cenários são lindos, com a imensidão de branco a sua volta, e há ótima estrutura turística nas duas cidades.
A fim de mergulhar na cultura da região: Machu Picchu, no Peru, onde a civilação inca atingiu seu auge, foi um dos lugares mais impressionantes onde estive. Mas há muito mais: na Ilha de Páscoa (CH), os Rappa Nui; em La Paz (BO), os Tiwuanaku; no Paraguai os guaranis . Ótimos museus pela região contam bem a história dos primeiros habitantes, da conquista européia e também da libertação espanhola.
Vai com crianças ou/e gosta de aventuras? que tal nadar com os golfinhos no Caribe, impressionar-se com as tartarugas gigantes em Galápagos, ouvir o som estrondoso dos lobos marinhos em Cabo Polônio, ou a fofura das lhamas nos Andes? Há muito mais: as baleias Jubarte e os pinguins na Patagônia, os flamingos nas lagunas na Bolívia, os condores em Arequipa um infinidade de fauna e flora na selva amazônica.
Compras? Uma ida a Cidade del Leste, no Paraguai, aos centro comerciais enormes em Buenos Aires, ao mercado central popular de Lima. Sua sacolas voltarão cheias.
Há muito, muito o que ver!
3 – Bom humor e hospitalidade
Em Caracas, todos parecem muito eloquentes, adoram conversar; em Quito, as pessoas estão sempre sorrindo, dispostas a puxar assunto; em Santiago, tive um pouco de dificuldade em interagir, os locais me pareceram um pouco fechados — pensei logo que pudesse ter a ver com o longo e violento período recente de ditadura –, mas não mal humorados; em Montevidéu, há um total interesse pelo que está acontecendo no Brasil, e as pessoas estão super antenadas com as bandas de cá; em Buenos Aires, o humor argentino sempre me chamou atenção. Entre eles, parece um pouco depreciativo e melancólico, mas conosco, brasileiros, sempre há assunto, e um caloroso embate sobre qualquer coisa, inclusive sobre futebol.
O fato é que todos os povos latinos americanos são amáveis e amigáveis. E mais: dizer que é brasileiro é uma ajuda entanto. Todos nos adoram.
4 – Idioma
Depois de uns três dias em algum dos países, você se sintonizará ao idioma espanhol local — que varia muito de um lugar a outro — e entenderá grande parte do que é dito. Nossos vizinhos também costumam fazer um grande esforço para entender o seu portunhol. Em Bogotá e em outras capitais, grande parte da juventude fala bem inglês.
5 – Preços
Uns mais do que outros, mas os gastos de viagem em todos os países latinoamericanos são menores que viajar a outra região turística do mundo. Entre os mais baratos, Bolívia, Guatemala, Uruguai e Equador; entre os mais caros — preços similares ao Brasil –, Chile, Colômbia, México e Argentina.
6 – desconto para residentes do Mercosul
Na Zona do Mercosul, é comum descontos em atrações públcias para os moradores dos países-sede. No belíssimo Parque Iguazú (Argentina), por exemplo, há 30% de desconto no valor da entrada.
7 – Distâncias
É notório o incremento de rotas entres países sul-americanos nos últimos anos. LAN/TAM, Avianca/Taca, Aerolíneas Argentinas, Pluna, Gol, entre outras, disputam os passageiros oferecendo rotas diretas entre cada vez mais cidades.
Dependendo de hoje você esteja no Brasil, há vôos diretos e rapidíssimos para vários países da Região. É uma maravilha chegar a Buenos Aires duas horas depois de decolar em São Paulo, por exemplo.
8 – Milhas
É comum as cias aéreas fazerem promoções — principalmente a TAM — de milhas que permitem voar a alguns dos vizinhos com menos milhas que a uma capital do Nordeste. Se você está de olho na América do Sul, sugiro concentrar seus pontos no programa TAM Fidelidade.
9 – Pegue a estrada
Nunca saí de carro pela América do Sul, mas cruzei os Andes de ônibus numa das estradas mais alucinantes do mundo. O fato é que pode-se desbravar a região desde o Sul do Brasil — os argentinos, por exemplo, fazem o caminho inverso e invadem Florianópolis de carro todo verão — ou pelo Norte, cuja Venezuela é uma das portas de entrada. Vale a pena pesquisar.
10 – Alguns dos lugares mais espetaculares do planeta
Veja a Cordilheira dos Andes, a mais extensa do Mundo; explore o Arquipélago de Galápagos, no Equador, onde Darwin deu início a seus estudo sobre a Teoria da Evolução porque ali existem espécies de fauna e flora únicas; o lago navegável mais alto do mundo, o Titicaca, está encravado no centro da região; a maior floresta tropical do planeta, a Amazônia — presente em 7 países sul-americanos — é uma das nossas maiores riquezas; cidades litorâneas do Pacífico e do Atlântico são de tirar o fôlego. Para coroar, a última cidade habitada ao sul do planeta, Ushuaia, na Argentina, é conhecida como “Fin del Mundo”.
Por onde começar?