Voe o máximo que puder: aéreas chinesas oferecem voos ilimitados. Será que a moda pega?

Aeromoça da Lucky Air: a area foi a pioneira em oferecer voos ilimitados na China

A maior inovação em voar nas últimas duas três décadas possivelmente tenha sido o barateamento do preço das passagens. Aqui na Europa, a irlandesa Ryanair — que diariamente oferece passagens a 10 euros– é a cia mais popular. Desde que foi fundada, em 1984, é daquelas marcas sobre a qual todo mundo fala com paixão: idolatrada por muitos pelos preços baixos, ela também é odiada por cobrar por quase tudo que não seja se sentar na poltrona.

No Brasil, quem não lembra das promoções da GOL, oferecendo trechos a menos de R$ 10? Criada em 2001 para ser uma low-coast, com o tempo a empresa laranja abandonou o conceito.

Promo da GOL em 2013. Hoje elas são raras

Além da competir por preço, o fato é que o setor aereo nunca foi lá muito criativo. O modelo de negócio sempre foi encher aviões mais ou menos espaçosos. Mas a pandemia de covid-19, que obrigou milhares de latas metálicas a ficarem no chão, pode ter sido o impulso para mudar o setor.

Leio que A China Southern tornou-se a mais recente companhia aérea chinesa a oferecer a opção “pague um preço fixo e voe o máximo que puder”. O objetivo é reanimar os passageiros duvidosos em entrar num avião devido à pandemia.

Até agora, diz a notícia, pelo menos oito aéreas chinesas lançaram esquemasndomésticos similares que, esperam, impulsionarão o setor na segunda maior economia do mundo.

Leia mais: A maneira mais barata de voar a várias cidades da Europa

Leia mais: Página oficial da UE informa com exatidão para onde é possível viajar na Europa

A Lucky Air, tão local que nem site em inglês tem, foi a pioneira: depois de lançar a oferta para voos domésticos ilimitados em 13 de julho, dois dias depois havia atingido a capacidade de passes mensais disponibilizados. Também pudera: O bilhete-longevo, válido para qualquer data e trecho por 31 dias, custava a partir de1.588 yuanes (US$ 227).

A economia chinesa agradece. Na sexta-feira passada, a Administração de Aviação Civil da China (CAAC) disse que os vôos diários retornaram a cerca de 80% dos níveis pré-vírus. Depois de ganhar fôlego após a reabertura e crescer 3,2% no 2º trimestre, o PIB do país deverá ser um dos poucos do mundo a ficar verde em 2020.

Será que uma aerea brasileira se arriscaria a uma promoção similar? E na Europa, onde nem a Ryanair fez algo similar?

Aterrissagem forçada

Aviões da Delta estacionados durante a pandemia em Atlanta (EUA)


A indústria da aviação chinesa perdeu 34,25 bilhões de yuans (US $ 4,89 bilhões) no segundo trimestre deste ano, informou a CAAC este mês, depois que Pequim tomou medidas drásticas para conter a propagação do coronavírus que foi notificado pela primeira vez em Wuhan, no centro do país.

Quando o vírus começou sua marcha global, governos de todo o mundo começaram a limitar as viagens de países de alto risco, com a China dando um passo adiante em março e cortando drasticamente as rotas de voo. Em abril, as viagens caíram 68,5% em relação a 2019.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *