Aprende-se a viajar? Sim, e é viciante!
É rara uma semana em que eu não escute: “Diogo, por onde começar na Europa?”, “Quantos dias em Nova York?. “Qual a melhor época de conhecer o Brasil”? “É melhor ter milhas Multiplus ou Smiles?”, “Quanto tempo você ficou na Índia? Gostou?”.
A possibilidade de perguntas sobre desbravsar o mundo é infinita, como sem limite é nosso desejo de ir. Viajar para mim é sem dúvida parte do brilho da existência. A melhor maneira de me localizar em meio a mais de sete bilhões, e, por meio de referências de todos os tipos, seguir dilatando a pupila diante do diferente, do inesperado, do medo e da felicidade que encontro no caminho sem volta. Viajo e estou em transe.
Muitas idas e vindas depois — até o momento que escrevo este texto para 43 países — e muitos encontros pelo caminho, cheguei a algumas concluões: 1- as motivações de cada um para ir a tal ou qual lugar são únicas e intraduzíveis; 2- a expectativa cumprida, ou não, sobre as lembranças na volta, são uma mescla re racionalidade e mistério.
Sobre as minhas duas verdades, compartilho uma reportagem recente do UOL sobre as cidades que os turistas não voltariam. Para alguns viajantes ouvidos, os piores destinos eram justamente os preferidos de outros. Simplesmente porque viajar não é um ato racional, mas emocional. Quando a emoção não acompanha a expectativa, um destino desejado passa a ser um fiasco. Quando vai além do que se esperava, impressiona positivamente. Acontece com todo mundo.
A mágica de tudo isso é que nossas expectativas mudam e os lugares também. “Odiava o Rio de Janeiro, hoje não fico sem”, disse um amigo paulistano agora viciado com o jeito carioca. E com o pé na areia.
Também se aprende a viajar, descobri ao longo do caminho. A pressa do turista pelas fotos de cartão postal, por exemplo, para mim hoje não faz muito sentido — embora seja incapaz de julgar esses tempos de selfies a granel. Já saber o que um indiano de Nova Déli pensa sobre seu país e sobre o mundo, comove-me bastante. Fiz isso num boteco próximo à fronteira com o Paquistão.
O homem, que em certo momento lembrou a figura do meu pai, fez-me algumas lágrimas caírem do olho ao explicar sobre o sistema de castas indiano e muito mais. Mais história contadas, anote um dica, com por favor: o melhor de viajar são as pessoas no caminho. (vídeo abaixo).
Ao ouvir, ler e observar muitas respostas momentâneas ao longo longo do caminho, percebi a capacidade extraordinária das viagens moldarem nossa visão de mundo. De volta a casa, percebi que obstáculos que pelos quais já passei, medos que já perdi, caminhos que já trilhei, para outras pessoas podem sem um desafio amedrontador. “Já fui três vezes para o Canadá, mas tenho medo da Europa”, disse um amigo enquanto me perguntava curioso sobre possíveis roteiros no Velho Continente. Incrível, pensei eu, ao lembrar a frieza do país quase desabitado, o vizinho norteamericano. Ainda mais comparada à alegria espanhola e à intensidade italiana, sentimentos dos quais me nutro.
Parece unamidade que, para os que já comecáram a jornada, viajar é uma atividade quase viciante; para os que ainda sonham começar ir, há um mundo infinito de oportunidades. Quero ajudá-lo(a) vê-lo e depois contar ao mundo: viajar é um caminho sem volta.
ps.: em breve, haverá no Andar Andar os serviços de coaching e consultoria de viagem para ajudá-lo(a) a ir mais e melhor.